O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na noite de terça-feira (24) que a aplicação da da terceira dose da vacina contra a covid-19 no país começará em pessoas imunossuprimidas e maiores de 80 anos a partir de 15 de setembro. O imunizante aplicado será o da Pfizer.
A aplicação deve contemplar todos os idosos a partir de 70 anos, que completaram o esquema vacinal há mais de 6 meses, e imunosuprimidos que tenham sido imunizados há pelo menos 21 dias, segundo o ministro.
Queiroga explicou que a data foi escolhida a partir da expectativa de que até lá todos os brasileiros com 18 anos ou mais terão recebido ao menos uma dose de um imunizante contra a doença.
"Em função sobretudo da Delta e da necessidade de aumentar a proteção da população, estávamos tratando de reforço de dose. E esse reforço será direcionado primeiro àqueles indivíduos imunossuprimidos, por exemplo, pacientes transplantados. Então, esses que são imunossuprimidos, desde que tenham tomado uma dose de vacina depois de 21 dias, nós vamos aplicar um reforço e a vacina será a vacina da Pfizer", afirmou.
"O outro são os idosos, acima de 80 anos. Inicialmente, vamos aplicar também uma dose da vacina da Pfizer para aqueles que tomaram a última dose há seis meses", acrescentou.
De acordo com o ministro, a aplicação de mais uma dose em idosos e imunssuprimidos não vai gerar risco para a continuidade da campanha de vacinação. "Nós já fizemos o cálculo do reforço e não vai interferir na progressão da D2. A previsão de todos os acima dos 18 anos até final de outubro e o reforço será aplicado nos vulneráveis", disse ele.
Além da terceira dose, Queiroga confirmou a redução do intervalo entre a primeira e segunda dose da Pfizer e da AstraZeneca de 12 para 8 semanas. "Vamos trazer para o intervalo de 8 semana. Temos uma quantidade boa de Pfizer e AstraZeneca, mas, se tivermos algum problema com a Astrazeneca, pode ser 12 semanas. Só se tiver um problema, a partir da 12ª semana pode ser usada uma vacina heteróloga, no caso da Pfizer", afirmou o ministro.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até terça-feira (24), 123,9 milhões de pessoas haviam recebido ao menos uma dose da vacina contra a covid-19, o que equivale a cerca de 59% da população, enquanto 55,7 milhões estavam com esquema vacinal completo, o que representa 26,5% da população total do país.
Por que vacinas podem causar reações após a aplicação? Também chamados de eventos adversos, as reações que podem ocorrer após a aplicação das vacinas contra a covid-19 (CoronaVac, a vacina da AstraZeneca e da Pfizer) são comuns e fazem parte da ação do imunizante no organismo, segundo explica a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “A vacina desperta o nosso sistema imune, as células inflamatórias, citocinas e outras substâncias que fazem parte da resposta imune e da resposta inflamatória, que se traduzem em sintomas como dor, inchaço e vermelhidão, reações que nem todas as pessoas apresentam porque é uma resposta individual”, afirma
Pilar Olivares/Reuters