Aquela agricultura latifundiária, terra e gado como reserva de valor, apresentada nos livros de história, desapareceu por 4 principais fatores: O Plano Real, que promoveu a estabilidade da economia, acabou com a inflação e atacou a especulação do capital fundiário; A modernização tecnológica, que permitiu dar um salto na produtividade da agropecuária, tornando-a mais competitiva; A própria implementação da reforma agrária, que assustou os fazendeiros relapsos e destinou cerca de 90 milhões de hectares para assentamentos rurais; A demanda global por alimentos, que estimulou a transformação capitalista da agricultura brasileira.
Projeção prevê safra recorde de grãos em 2023 puxada pela recuperação da soja Boi Gordo (BGI) : entenda como funciona e como investir Nelore: tudo o que você precisa saber sobre a raça Essa é a lista de Lula para o comando do Ministério da Agricultura Super Safra de Grãos deve ter 313 milhões de toneladas Quando Lula, antes ainda de vencer a eleição, disse que o MST não invade terras produtivas, ele faltou com a verdade. Omitiu seus próprios atos.
Em decorrência das invasões, sempre conturbadas, o Incra passou a realizar verdadeiros negócios com proprietários rurais. Contaminados pela política corrupta, viraram negociatas. Quem entende desse assunto sabe que era corriqueiro fazendeiros endividados organizarem, eles mesmos, “invasões” de suas terras, com o intuito de vende-las por elevado valor ao governo. Operava no governo Lula uma verdadeira indústria da invasão de terras. A 1ª vez que escrevi sobre esse assunto foi em 1996, em meu livro “Qual reforma agrária?” (Geração Editorial). Contei que a maioria das fazendas da região de Parauapebas, no Sul do Pará, local do maior massacre agrário do país, com 21 mortes, era produtiva.
Repito, eram terras produtivas. Eu próprio, à época presidente do Incra, para tentar acalmar a sanha dos (pseudo) revolucionários do MST, negociei a aquisição de uma delas, a fazenda Rio Branco. Pertencente à conhecida família Lunardelli, o laudo técnico do Incra havia indicado se tratar de uma propriedade com boa atividade pecuária. Por que eram, então, invadidas? Aí é que reside o maior problema de nossa estrutura fundiária. A ocupação agropecuária de muitas regiões brasileiras, como aquela, ocorreu de forma juridicamente imperfeita, produzindo incontáveis conflitos pelo domínio e posse das terras. Acumularam-se cizânias.
Tais conflitos agrários servem de roteiro político para a invasão e posterior compra das terras via Incra. A escolha pouco tem a ver com a produtividade das fazendas. Bilhões de reais são gastos para driblar a Justiça e atender ao MST.
Posso afirmar, seguramente, que acabou o tempo da reforma agrária no Brasil. A tarefa agora é tentar viabilizar os assentamentos rurais, que atenderam perto de 1 milhão de famílias. Retornarão as invasões de terras? Sinceramente, não sei a resposta. Se voltarem, ficará claro ser um movimento anti-histórico. Fonte: Poder 360
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