As falhas, identificadas por meio de uma análise técnica preliminar, incluem divergências contábeis alarmantes, descumprimento de metas fiscais e outros erros financeiros que comprometem a integridade das finanças públicas da cidade.
Entre os problemas mais críticos estão as inconsistências nas demonstrações contábeis, que superam a marca dos R$ 741 milhões, e o que parece ser uma "pedalada fiscal", com alterações feitas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para rebaixar metas fiscais apenas no fechamento do ano. A isso se somam falhas graves na gestão previdenciária e a não observância da transparência fiscal, com omissões nas prestações de contas dos balancetes mensais.

Esses achados são tão graves que o TCE sugere a reprovação das contas de Carla Redano. A possível rejeição das contas, se efetivada, poderá desencadear um processo mais amplo de responsabilização e repercutir diretamente sobre a prefeita e sua equipe de gestão.
Mas a grande pergunta que fica no ar: a Câmara de Vereadores de Ariquemes vai acatar as recomendações do Tribunal de Contas?
O parecer técnico elaborado pelo TCE aponta a existência de “irregularidades graves” que, se confirmadas, podem levar à rejeição das contas. Entre os pontos mais delicados está a insuficiência nos repasses ao plano de amortização do déficit atuarial do regime próprio de previdência (RPPS), que ultrapassam os R$ 1,6 milhão, além da superavaliação de ativos e falhas em despesas com terceirização de serviços médicos, que somam quase R$ 8 milhões.
Em outros termos, o que está em jogo não é apenas a legalidade das contas, mas também a confiança da população nas finanças municipais. A pressão sobre os vereadores será imensa, principalmente se levarmos em consideração que o não cumprimento das determinações do Tribunal poderá ser interpretado como uma tolerância com a má gestão pública.
Vale lembrar que, historicamente, a Câmara de Ariquemes tem sido palco de disputas políticas acirradas. Diante disso, é difícil prever qual será a postura do Legislativo local, que poderá, em um cenário de jogo político, ignorar os apontamentos do TCE ou até mesmo buscar uma saída política para minimizar os danos à imagem da prefeita.
Como será o desfecho? A Câmara se submeterá à autoridade do Tribunal de Contas ou tomará decisões que, no futuro, poderão ser vistas como um favorecimento político? O caso está longe de ser resolvido, e os próximos passos prometem muita tensão entre os poderes em Ariquemes.
A sociedade aguarda uma resposta clara dos vereadores e a promessa de um governo mais transparente e comprometido com o uso responsável dos recursos públicos. O que se sabe é que a pressão por uma solução está crescendo, e o futuro da prefeita Carla Redano pode estar nas mãos daqueles que, neste momento, têm a responsabilidade de decidir o destino de suas contas.