INTERNACIONAL | Do R7, com EFE

 

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visita uma farmácia em Pyongyang

EFE - 15.05.2022

A Coreia do Norte revelou que 1,97 milhão de pessoas no país já contraíram "febres", termo que as autoridades usam para casos suspeitos de Covid-19 devido à sua falta de capacidade para realizar testes. O governo da Coreia do Sul aponta que a onda de casos na Coreia do Norte deve atigir se pico em até quatro semanas.

Entre as quase 2 milhões de pessoas infectadas, cifra que representa praticamente 8% da população total, cerca de 1,23 milhão se recuperaram satisfatoriamente enquanto os outros 740.160 estão em tratamento, detalhou a agência estatal “KCNA”.

Nesta quinta-feira (19), os norte-coreanos relataram 213.280 novos casos suspeitos de Covid-19 e uma nova morte aparentemente vinculada à doença.

Com estes dados do centro estatal de prevenção de epidemias, já são 63 óbitos que podem estar ligados ao vírus. Na última quinta, o governo norte-coreano confirmou pela primeira vez a existência da Covid-19 em seu território.

Os números mostram uma transmissão muito rápida em todo o país (o regime socialista disse que a propagação das "febres" começou no final de abril) e, ao mesmo tempo, uma taxa de mortalidade excessivamente baixa em comparação com a maioria dos países que sofreram o impacto da ômicron, que foi a variante detectada pelas autoridades norte-coreanas.

Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou sua preocupação com a situação na Coreia do Norte e pediu ao regime socialista para compartilhar informações mais detalhadas para que possa ajudar durante a crise de saúde.

A situação é preocupante porque a variante ômicron é muito contagiosa, além disso, o país tem recursos limitados para testar e diagnosticar o vírus e o regime socialista não aplicado uma única vacina - rejeitou em 2021 a doação de quase cinco milhões de doses - e não parece ter a intenção de aceitar novas doaçõess.

Nesse sentido, a Coreia do Norte não aceitou às ofertas de ajuda, incluindo vacinas, da Coreia do Sul e da OMS.

Vários meios de comunicação relataram aviões norte-coreanos carregando suprimentos em aeroportos chineses, enquanto Moscou e Pyongyang discutiram nesta semana o envio direto de ajuda.

Muitos especialistas acreditam, no entanto, que a Coreia do Norte, que está confinada desde 2020, não aceitará o envio de vacinas no momento porque isso implica em receber pessoal externo para assessorar nas cadeias de distribuição dos imunizantes.